3 de junho de 2011

Professoras do 3º Turno

                                                 Professoras: Franscine, Vivian & Maria Ayaco


Professoras: Célia & Fabiana
                                               Professora Márcia                 Professora Silvia

2 de junho de 2011

Turno manhã, professoras:


Professora Cecilia                                                       Professora Sônia


Professora Célia (centro)     
                                                                                           Professora Vânia

27 de abril de 2011

Características da nossa comunidade

Caracterização da comunidade

1-     Contexto:

Em Novembro de 2010 encaminhamos um questionário aos pais que desejassem responder algumas perguntas para que pudéssemos atualizar os dados gerais da nossa comunidade.
Na época o total de alunos matriculados era de 338 alunos e responderam o questionário 153 pais perfazendo assim um total de 45% de questionários respondidos. Embora não tenhamos trabalhado os dados com  rigor científico, pois não se trata de uma pesquisa acadêmica, temos certeza que esse percentual  representa uma amostra significativa e nos trouxe indicadores preciosos quanto às famílias dos nossos alunos.

2-     Os indicadores:

a-     Tipo de Moradia
 A maioria das famílias mora em casas ( 96%) e os demais moram em apartamentos ou outro tipo de construção não especificado nas respostas que obtivemos. A construção de tijolos ou bloco representa 77%, enquanto que 10% apontou madeira. Assim 13% apontou outros tipos de materiais também sem especificação. Mas aqui vale uma ressalva: desses 77%,  4% são moradores de apartamentos e obviamente tem suas moradias construídas por alvenaria. Desta forma,  9% utilizam outros tipos de materiais que não são alvenaria ou madeira.

b-     Saneamento básico:
Declararam possuir água encanada 87% das famílias
Declararam possuir rede de esgoto 71% das famílias
Esses dois indicadores são preocupantes, pois sabemos que a falta de água tratada, bem como de rede de esgoto podem acarretar doenças.
c-     Quanto à luz elétrica, 87% das famílias e telefone fixo 37%.

d-     Número de habitantes por casa:
 Número de Adultos
v     1 adulto –  apenas 14 entrevistados;
v     2 adultos – 101 entrevistados o que significa 66%, supondo-se que a criança tem assistência do pai e da mãe; 
v     3 adultos ou mais somados ao indicador de dois adultos perfaz um total de  90 % das famílias supondo-se corresponder a uma família ampliada.
Número de crianças
v     Possuem apenas uma criança 29%  ( e neste aspecto, estamos interpretando o aluno como filho único);
v     Duas crianças, 29%;
Somando-se estes dois primeiros indicadores, 58% das famílias tem até dois filhos, o que representa a maioria. Entretanto, 42% tem mais que duas crianças, o que representa  também um número considerável, conforme abaixo:
v     Três crianças, 23%
v     Mais que três crianças 19%.

e-     Outros indicadores econômicos
v     Automóvel: 27%
v     Computador com internet: 30%

f-       O trabalho
v     80% dos pais estão empregados;
v     53% das mães trabalham fora de casa

Profissões dos pais
Neste item não computamos o número de pais por profissão apontada no questionário. Estamos apenas citando as profissões surgidas, as quais sugerem uma formação de nível básico ou técnica. Poucas delas sugerem uma formação universitária. São elas: gesseiro, padeiro, ajudante geral, pedreiro, jardineiro, supervisor de vendas, motorista, cozinheiro, desenhista, segurança, eletricista, marceneiro, corretor de imóveis, pintor, carreto, manobrista, armador, mecânico, auxiliar de coleta, administrador, operador, consultor de negócios, metalúrgico, auxiliar de faxina, carpinteiro, lava-rápido e balconista.

Profissão da mãe: Auxiliar de limpeza, empregada doméstica, balconista, operador de caixa, manicure, diarista, vendedora, copeira, limpeza, recepcionista, ajudante geral, autônoma, auxiliar de produção, auxiliar de cozinha, repositora, faxineira, baba, fabrica de sabonetes, atendente.

g-     Com quem fica a criança quando não está na Escola?

Ø     Em casa com a mãe 49%
Ø    Em outra Instituição 10% ( nas proximidades temos o Girassol, um centro de convivência mantido por uma ONG);
Ø     Com irmãos: 10%
Ø     Com “alguém” que toma conta: 19%
Ø     Outros: 12%

3-     Considerações finais
Obviamente há vários indicadores merecedores de novas investigações que poderão ser encaminhadas no futuro. Mas, sem dúvida a coleta dos dados e a tabulação que foi feita pelo grupo de professores nos dão uma ideia geral da nossa comunidade.

14 de abril de 2011

Autobiografia dos funcionários e professores atuando na Escola

Nossa história
Autobiografia dos professores e funcionários:
Diretora: Silvia Rodrigues  da Silva

            Minha mãe era fã do Roberto Carlos e meu pai cantava na rádio da cidade de Birigui onde nasci. Meu pai era violeiro. Fizeram uma casa linda, mas tiveram que deixa-la para virem para São Paulo em busca de emprego.
            Apesar de família humilde, tive uma infância muito rica em brincadeiras, ruas, risos e descobertas.
            Na época de estudar dei sorte de estar na escola certa e bons professores. Gosto muito de ser professora de Educação Infantil onde construí minha carreira; é bom trabalhar com as crianças desta faixa etária, pois eles nos divertem muito a cada momento... alguns dias sentimos cansaço, mas costumo dizer que me divirto e ainda recebo salário!
            Passei por muitas escolas, mas me casei com o Comandante Moreno e há dois anos estou flertando com o Coronel João Negrão! São as minhas escolas do coração.

Assistente de Direção: Satie Yokoi Atoji


Nasci no interior de São Paulo, um lugar chamado  Echaporã perto de Marília que tenho vontade de visitar um dia.
Ao longo da minha vida morei em vários lugares, logo que meus pais se casaram eu morava com meus avós paternos no sítio,  que tinha plantação de algodão e arroz. Saímos da casa dos meus avós quando eu tinha 1 ano e meu pai foi tentar ganhar a vida no meio do mato  fazendo  carvão.  Um lugar onde (minha mãe conta) toda a noite precisava olhar embaixo da cama e dos  móveis antes de dormir e sempre encontrava cascavéis.
 Depois fomos morar em São Paulo, nos bairros de Ipiranga, Itaquera e Caxingui, onde nasceram meus 2 irmãos. Tive uma infância feliz e era muito peralta. Andava de carrinho de rolemã pelas calçadas e ruas, andava pelos muros dos vizinhos para pegar frutas, vivia trepando nas árvores, corria atrás dos moleques que batiam nos meus irmãos.
 Depois fomos morar na Rua Progredior, na época ainda não tinha asfalto e quando chovia o carro não subia a rua.  Lá morei com meus pais até  casar. Meu marido morava na mesma rua,  nos conhecemos, casamos e fomos morar no bairro Vila Sonia onde  nasceram os nossos 3 filhos e em 1.986 mudamos onde moramos até hoje. Tenho 2 netos lindos.....Estudei na escola estadual Adolfo Gordo que era de madeira de 1ª a 4ª série, eu lembro que a escola dava para os alunos tomarem a cada 6 meses, óleo de fígado de bacalhau, era horrível!!!.  Fiz exame de Admissão para entrar na 5ª série, no Colégio Castro Alves e Escola Estadual Virgilio e passei nos dois e optei pelo Virgilio porque  era muito difícil entrar na escola do Estado. Começou a funcionar no prédio emprestado na Escola Estadual Goldofredo Furtado, perto do Instituto Butantã, na Av. Vital Brasil e ainda não tinha ônibus que ia até lá, descíamos na Paineiras e ia andando a Vital Brasil todinha, depois no ano seguinte inaugurou o prédio novo na  Previdência. Quando chovia não podia ir à aula porque o rio Pirajussara inundava. Estudei até 8ª série, fui muito briguenta, por causa de meio ponto ia atrás dos professores. Depois fui fazer Curso Normal no Colégio Oswaldo Cruz no centro. Fiz Curso de Aperfeiçoamento no Instituto Caetano de Campos na Praça da República. Fiz também Curso de Ed. Infantil no Colégio Castro Alves à noite e cursei a Faculdade Pinheirense também à noite e já tinhamos os 3 filhos, nessa época meu marido me ajudou muito ficando com as crianças. Estudei Acordeon no Conservatório Musical Mangione na rua do Arouche, estudei piano até 9° ano e também um pouco de órgão. Estudei japonês fiz 10 semestres, lia muito bem mas agora já esqueci quase tudo. Tudo isso tive total apoio do meu pai que me ajudou muito e esteve presente em todos os momentos da minha vida.
Comecei fazendo estágio e dando aula na Escola Estadual Adolfo Gordo, a diretora me chamava para dar aula quando professora faltava, depois de formada em 1.964, fui dar aula na Escola Estadual Nippo Brasileiro (3 anos) e me transferi para Escola Estadual Ana Rosa (5 anos), atrás da Delegacia de Vila Sonia.  Passei no Concurso da Prefeitura em 1.972 e fui dar aula na EMEI Emir Macedo (antiga EMEI Vila Gomes), durante 12 anos que ainda funcionava aos sábados e com 60 alunos na classe, na época do PLANED e nós professoras faziamos escala de mães para auxiliar na classe. Fui Auxiliar de Direção – EMEI Dalmo do Valle Nogueira, Coordenadora Pedagógica na EMEI Coronel João Negrão, e Diretor de Escola nas EMEIs. Emir Macedo, Nida Maldi Corazza  e Dalmo do Valle Nogueira. Em 1991 fiz concurso e passei nos dois, optei pelo Fund I - EMEF Fagundes Varella, fui 2 semanas e pedi exoneração. Fui Assistente de Diretor de Escola na EMEI Dalmo do Valle Nogueira e na EMEI Coronel João Negrão. Aposentei em janeiro de 1995. Voltei para João Negrão e estou até hoje, tenho um prazer enorme em trabalhar com o pessoal, gosto muito dos meus colegas de trabalho, é uma grande família. Espero continuar por mais algum tempo se não houver nenhum impedimento enquanto ainda estiver produzindo e ajudando o pessoal da escola


Professora Vânia Cardilli Hor


Nasci. foi no dia 20 de abril de 1971, na Cruzada Pró-Infância, Av. Brig. Luís Antonio, São Paulo. Ah... foi uma cesárea.        -“E velha é a mãe”!!!!! ( com todo respeito). Minha mãe é dona de casa e meu pai metalúrgico, hoje aposentado.
Morei no jardim Jaqueline, até  me casar, em 1997.Nesse bairro típico de periferia passei minha feliz e maravilhosa infância, com direito a brincar na rua, comer frutas silvestres, ver a água encanada e o asfalto chegar no bairro.
Minha rua fazia divisa com a favela e minha mãe sempre contava que  conheceu os dois primeiros barracos e seus moradores, inclusive emprestava energia elétrica para eles e foi madrinha de uma das crianças que neles morava. Estudei no Tarsila do Amaral do PLANEDI (era assim que chamavam o pré ) até a oitava série (1977 até 1985). Como eu chorava ...
Ainda lembro-me que via minha mãe ao longe, pelo muro de pilastras, e eu sozinha, abandonada naquele lugar tão grande, cheio de pessoas estranhas. Eu era muito apegada a minha mãe, porque fiquei sem ela por seis meses no ano anterior,  devido sua internação para tratar de problemas psiquiátricos.
A segurança foi chegando de mansinho e logo descobri ali um mundo de novas possibilidades. Tive professores e colegas maravilhosos , sempre fui uma boa aluna e tenho muita gratidão pela excelente base de conhecimentos adquiridos ali.
Como foi difícil voar do ninho. Nosso “hino” de formatura foi a música como uma onda. Uma onda que batia forte em meu coração e me empurrava para um mundo maior que o bairro onde até então vivi. Em 1986 fui fazer o segundo grau no Andronico de Mello. Quanta novidade. tomar ônibus sozinha, comprar lanche na cantina, fazer novos amigos. A diretora explicou que havia o curso de magistério a partir do segundo ano, interessei-me e no ano seguinte lá estava eu. tinha habilitação para educação infantil e no estágio apaixonei-me pela faixa etária. onde fiz estágio? No João Negrão.

Foi também  durante o curso de magistério ,entre 1997 e 1989 , que aflorou minha sede por justiça social, minha ideologia comunista, minha vontade de transformar o mundo e minha aproximação e participação nos grupos/pastorais da igreja católica. Participava do grupo de jovens, de trabalhadores e devo a essa experiência muito dos meus valores de hoje. Éramos revolucionários: cantávamos a ave-maria tocando pandeiro, queimávamos a pirâmide social na hora do ofertório e ... é melhor não contar o resto e nem a reação e discussões com os mais conservadores. Passeata contra o Collor? Mobilização contra o rodoanel? Lá estava eu. 
Foi também nessa época que conheci o Paulo Hor, meu maridão. Eu ia fazer dezoito anos e ele escreveu-me uma carta falando em casar no futuro. Casar, eu? Não sabia se eu queria ser freira e embarcar em missões humanitárias para a África, ou se preferiria ser observadora de pássaros na floresta Amazônica. O namoro terminou.
Terminei o magistério em 1989 e em 1990 trabalhei como monitora no CEPEC  e professora substituta no estado e na Emef Vianna Moog. Prestei concurso e no ano seguinte e em 1991, iniciei minha carreira na PMSP como professora titular de educação infantil na escola dos meus sonhos, devido a proximidade da minha casa: Emei Coronel João Negrão.
A cabeça cheia de sonhos, um desejo enorme de revolucionar e um compromisso ímpar com minha comunidade. Eu não podia estar mais feliz. E sabe quem voltou para minha vida em 1992? Paulo Hor.  Terminamos de novo. Voltamos de novo. Ficamos.
Em 1994 resolvi fazer faculdade, fiz cursinho e passei na Federal de São Carlos. Não tive coragem de largar tudo e optei em pagar faculdade por aqui.  Fiquei na lista de espera da USP. Quem sabe se eu fosse mais ao cursinho e menos no Shopping Eldorado ver show dos Beatles Cover...
Casei-me em 1997, com todas as amigas e amigos do João Negrão como testemunhas porque acho que só acreditariam se vissem. Sabe como é, casamento não combina com revolucionários.
Moro desde então na Vila Sônia. Sou mais tranquila e tolerante. Tenho duas luzes na minha vida. Uma nasceu em fevereiro de  1993 e a outra em agosto de 1994.  E “coelha é a mãe”, com todo o respeito.
Para mim, é impossível separar o João Negrão da história da minha vida. Nossas histórias fundiram-se. Não é possível escrever um fato marcante, pois é  onde vivi,  mais da metade da minha vida... 


Professora: SILVIA VIDIGAL
“Eta nóis! E não é que o que é do bicho não come” ,  não é mesmo?  Foi mais ou menos assim, que cheguei nesta Escola.
Vou contar, tim tim por tim tim... Iniciei minha carreira no Magistério em 1992, em Taboão da Serra. Sempre tive duas salas de aula, apesar de ser efetiva, apenas em uma e na outra ser substituta,  me dava muita insegurança porque precisava trabalhar pois, precisava do dinheiro, né?  Foi então,  que em 1996, fiz o Concurso para professora nesta Prefeitura. Todas as pessoas diziam que era bobagem, pois ninguém seria chamado, mas mesmo assim, lá fui eu...  o ano passou e eu não fui chamada.
Em 1997, com 22 anos, divorciada, cursando a faculdade e com uma filha de 2 anos, trabalhava em dois turnos em uma EMEI na Prefeitura de Taboão da Serra, quando a sala que eu substituía a professora foi fechada.  Ah! Fiquei desesperada! Como iria pagar as contas?
“ Chorava largado”. Foi quando fui convidada para trocar uma Festa de Natal em uma escola de crianças especiais ( aliás eu toco piano!) e é aí que o destino começa agir...
Ao chegar à festa, uma professora desta escola ( chamada Escola Bem-te-vi), ao me ver, perguntou-me se eu havia feito o concurso para professora em São Paulo, pois ela havia visto o meu nome no Diário Oficial!
Espantada sem saber quem era aquela moça, toquei para todas as crianças, mas não parava mais de pensar nisso. Era sábado e só ansiava para que chegasse a segunda-feira. Mal consegui dormir, pois se fosse verdade, seria o fim das substituições e teria outra turma de alunos só minha. O intrigante,  é que se não fosse esta moça, o telegrama jamais chegaria até mim, pois havia me mudado de casa com o divórcio.
Pois bem,  na segunda-feira  pela manhã, fui até uma escola municipal. Pedi o Diário Oficial e lá estava meu nome! Era real!!!
Compareci no dia marcado para escolher a escola. Todos diziam que eu só conseguiria escolas afastadas. O João Negrão, só tinha duas vagas e de repente uma das vagas foi escolhida.  Comecei a rezar para que ninguém escolhesse a outra vaga e não é que deu certo? Depois de muita gente e muita reza e pimbá! A vaga era minha. Fiz os exames, tomei posse e fui informado que deveria comparecer urgente à escola…
Então, em 19/01/1998, estive no João Negrão e no portão encontrei minha primeira amiga nesta Escola, a professora Célia, aliás foi ela quem havia escolhido a outra vaga.
Chegamos juntas, iniciamos exercício juntas e... ficamos de férias, pois era Janeiro, né?
Depois, soubemos que as nossas vagas não eram definitivas e algo milagroso aconteceu! Uma professora aposentou-se e a outra exonerou-se e finalmente as vagas eram nossas!
Foi assim, que cheguei aqui e,  apesar de ter saído um tempão para viver outras aventuras, sempre volto, pois o destino me trouxe até o João Negrão, talvez nas asas do seu avião, pois não é sempre que um desconhecido reconhece seu nome sem te conhecer, não é?
           
Coordenadora Pedagógica: Noely Aparecida de Oliveira Deustsch
Nasci no dia 02 de Agosto de 1961. Dia de Nossa Sra. dos Anjos.  E, não fosse por meu pai teria sido chamada  Maria dos Anjos, pois após meu nascimento minha mãe tivesse feito  recomendações explícitas  para o  meu  fazer o registro. Afinal família católica tem que colocar nome de santo nos filhos! Hoje penso que “meu anjo da guarda”  iluminou meu pai.  Sim! Acredito em anjos. Da mesma forma,  acredito que a minha personalidade não combinaria em nada com a escolha de mamãe.  Enfim fui registrada. Depois da certidão expedida em cartório, nada poderia ser feito, mas papai conseguiu agradar mamãe,  pois acrescentou “Aparecida”  ao meu primeiro nome.  Esse sim! Cá entre nós, combina bem mais comigo,  porque eu adoro mesmo “aparecer”!
Minha infância foi maravilhosa! Cresci na cidade,  mas o meu crescimento como pessoa, como ser humano,  se deu entre os caiçaras do Litoral Norte de São Paulo. Terra da minha família paterna,  pescadores corajosos,  gente  boa, de coração,  de bom humor. Com eles aprendi a respeitar o mar e amar  a natureza! 
O cenário desta infância,  eu me lembro com toda a perfeição: de um lado a praia, do outro a Mata Atlântica e no meio um pomar, com jaqueiras, abacateiros, laranjeiras, pé de carambola, cajueiros... a casa do meu avô e a Casa de Farinha!   Sim! Aprendi a fazer farinha, todas as etapas. O trabalho  era bem pesado. Faziam-se sacas e sacas de farinha.  Dois dias pelo menos de trabalho duro até fornear a massa. Quando isso acontecia, um cheiro doce e morno pairava no ar por horas e horas... era tão bom comer a farinha quente saída do forno!
Ajudava na pesca ( acho que atrapalhava, assim como meus irmãos e primos, porque a gente só levava bronca dos mais velhos). Presenciei  cercos de tainha e xaréu, onde quantidades imensas de peixe eram pescados, depois de  limpos e secados ao sol eram armazenados para o consumo ou para serem vendidos.
Aprendi a cozinhar. Fazer pirão e peixe ensopado com banana. “Azul Marinho”, um prato delicioso!  Aprendi a limpar camarão, siri e até tartaruga já comi ( quando a pesca ainda não era proibida ). Quanta coisa eu aprendi...  grandes lições de trabalho e de valores comunitários.
São Bernardo do Campo foi onde estudei, pois meus pais lá trabalhavam, minha mãe era professora primária do Estado e meu pai motorista interno da Wolkswagen. Na minha adolescência estive em algumas das assembleias metalúrgicas da Vila Euclydes que o Lula liderava. Por influência deste “clima” cursei Ciências Sociais na Unesp de Araraquara e lá fui morar, longe da família em “república” com as amigas. Numa delas morei com nove amigas ( a casa não tinha chave!).  Participei do movimento estudantil e fiz parte de um grupo de estudos indígenas. Na época visitei com meus colegas 4 reservas indígenas aqui no Estado de São Paulo. Nessa época, conheci meu amor... meu marido e companheiro de 26 anos! 
Ao término das Ciências Sociais, retornei para São Paulo e iniciei minha carreira no Magistério Estadual. Foi em 1983. Ministrei aulas de Sociologia, Filosofia e História para o Ensino Médio.
Em 1984 casei, e como morava bem próximo da PUC em Perdizes, meu marido me incentivou a cursar Geografia, pois poderia então,  prestar um concurso e me efetivar como professora, porque eu tinha certeza da minha vocação,  mas antes que isso acontecesse nasceu meu grande e segundo amor: meu filho que hoje tem 23 anos!
Tornei-me efetiva na PMSP como professora ministrando aulas para alunos do Fundamental II, mas  ainda não satisfeita e em busca de novos desafios,  resolvi cursar Pedagogia,  porque fascinava-me a ideia de trabalhar diretamente com a formação de professores. Em 1995,  tornei-me coordenadora pedagógica, depois de muito estudar para passar no concurso ( estudei religiosamente todos os dias, durante um ano, noites sem dormir...).  
Nesta trajetória,  25 anos foram dedicados ao Ensino Médio e  Ensino Fundamental. Em 2001 mudei o rumo da minha história e escolhi a vaga para a coordenação pedagógica nesta Escola.  Confesso que pensei muito antes de trabalhar na Educação Infantil. Entretanto,  a paixão por crianças seduziu-me em detrimento dos demais desafios que se colocavam.  Minhas amigas de “ ceperia” diziam: você não vai gostar, não tem nada a ver com você! Qual nada!
Uau! Essa mudança foi ótima! Além de poder estar com os pequenos diariamente encontrei aqui nesta EMEI desde o início do ano passado,  um grupo de profissionais extremamente dedicados e comprometidos com o trabalho. Hoje, sinto como é  bom fazer parte desta equipe! Como é bom poder compartilhar aqui com todos,  tantos sonhos e esperanças.
É bem verdade que pretendo aposentar. Este ano! Sim, serão 27 anos e meio dedicados à Escola Pública, a quem tenho uma enorme gratidão, pois nela estudei desde a pré-escola até a universidade. Também nela pude ter uma carreira profissional e o privilégio de motivar-me para a vida! Autobiografia professora: Marcia Sebastião

            Eu gosto muito da data do meu nascimento. Foi num domingo 19/10/1969. Até hoje quando o melhor mês do ano começa, Outubro,  já vou lembrando os amigos e familiares. Receber o carinho e as palavras das pessoas. É!  A  minha família não tinha dinheiro para presentes, então davam palavras...até hoje,  gravadas no meu coração.

A escola sempre teve um lugar especial na minha trajetória,  pois conheci amigos bons professores, conhecimento e um sentido para o meu caminho...além dos amores. Ah! A competição com algumas primas.A minha família vibrava com cada ciclo concluído por mim.

A decisão de ser professora aconteceu na adolescência, após conversas com uma amiga. Hoje ela é  também professora de Educação Infantil. Fiz o Magistério e no último do  ano do curso, 1988,  já trabalhava na Creche Central da USP. 
Ninguém entendeu quando cursei o Curso de Ciências Sociais, mas para mim,  era para além de ser socióloga ou antropóloga como profissão. Era para entender as minhas raízes, religião, política e a humanidade.

Em 2001 eu senti... profundamente... o que era ser mortal. Papai faleceu em Outubro (meu mês preferido) e no mês seguinte eu tinha a prova do concurso da prefeitura de São Paulo. Quase desisti, mas com a força de amigos fiz a prova. Passei e em 2002,  assumi o cargo de professora.

Em 2004 cheguei nesta escola e foram só alegrias, boas parcerias, boas amizades e muita aprendizagem na convivência com todos. Uma das marcas desta escola é o compromisso com uma boa educação infantil e sou muito feliz por fazer parte deste grupo e história.


Professora Vivian Adorno dos Santos Moura

 Meu nome é Vivian. Nasci em São Paulo, no bairro do Ipiranga, mas com 5 anos me mudei para a zona sul, aonde vivi minha infância e adolescência. Lugar de que tenho boas recordações de momentos bons que vivi.
Sempre que penso na minha história vejo a minha imagem de criança com um sorriso no rosto. Lembro-me das brincadeiras simples e agradáveis, o barro que usávamos para fazer móveis e panelinhas que sujava toda a nossa roupa e as comidinhas que fazíamos com os trevinhos. Também brincávamos na rua depois da escola, do almoço e das lições de casa. Eram várias brincadeiras pega-pega, pega-bandeira, mamãe-da-rua, esconde-esconde, de escolinha e etc... Logo depois de um dia tão cheio, tomava banho e chegava à hora de saborear a deliciosa comida da mamãe. Quando estava frio, ela fazia a sopa de letrinhas que eu e meus irmãos, Júnior e Valéria, adorávamos. Nos finais de semana depois do jantar acampávamos no quintal em uma cabana que fizemos com os vizinhos, ficávamos cantando e contando histórias de terror até tarde, era muito divertido.
Já na adolescência, tive a minha 1º aluna, uma vizinha que fazia EJA,  e em algumas tardes  ajudava com as atividades escolares dela.  Depois arrumei meu primeiro emprego,  através da indicação de uma colega, como auxiliar em uma escola particular. Fiquei lá por algum tempo, depois trabalhei em outras áreas. Tentei fazer magistério na escola que estudava, porém no ano que ingressaria fechou o curso e iria se formar apenas quem já estava em curso. Então fiz o colegial.
O tempo foi passando e dei continuidade a minha vida, me casei e continuei trabalhando. Em 2005,  surgiu a oportunidade de concorrer a uma bolsa de estudos e optei por fazer Pedagogia. Prestei vestibular, passei e comecei o curso. Logo apareceram as oportunidades para trabalhar na área, primeiro em uma escola particular, depois através de concurso como A.D.I. no Embu e em 2008 me formei e ingressei como Professora na Prefeitura de Embu e São Paulo. Atualmente atuo nos dois cargos em São Paulo.
Ano passado com a questão do acúmulo de cargos e horário de trabalho,  resolvi tentar mudar de escola e indiquei a Emei João Negrão em primeiro lugar. Estou gostando de fazer parte deste grupo a qual me recebeu bem. Fico feliz em estar presente neste ano,  que será comemorado 30 anos da escola e de agora em diante, fazer parte desta história.

Professora Guacyra de Barros Camargo Finamore Locchi
Nasci em casa com a parteira Vitória e já estava roxinha quando cheguei ao mundo. Tive até que levar umas palmadas para chorar.
Sempre fui agarrada ao meu pai, pois tinha uma irmã desenganada pelos médicos e outra um pouco maior. Mamãe precisava cuidar de todos e de tudo.
Papai trabalhava em uma pedreira do Sr. Ranieri, aqui perto. Hoje Rua Caminho do Engenho, bairro dos Martins onde também nasci só que na estrada ( Av. Professor Francisco Morato, altura do número 4.500/4.8000... hoje Ferreira.
Quando eu contava 8 anos, mudamos para Pinheiros e fui estudar no Grupo Escolar “Alfredo Brener”, onde fiz novas amizades. Após o ginásio fui fazer o Magistério no Instituto de Educação “ Professor Alberto Conte” em Santo Amaro perto do Largo Treze.
Meu noivo ia buscar-me a cada 15 dias, aso sábados, no Colégio e levava comigo a prima Monica, pois meu pai não concordava que saíssemos sozinhos. Os colegas ao vê-lo cantavam: “ O Miguel já vem chegando, oh Guacyra... o Miguel já vem chegando oh! Guacyra...
Durante quase 20 anos só cuidei de casa e da família. Tenho 2 filhos, 3 netos ( 2 meninas e 1 menino) que são a minha paixão.
Após enviuvar, voltei a estudar: Pedagogia foi a escolha. Não foi fácil, pois trabalhava o dia todo, em duas escolas e à noite ia para a Universidade FIEO em Osasco e nos finais de semana cuidava de meus pais que se encontravam doentes.
Hoje estou readaptada por problemas ortopédicos, mas não menos feliz, pois com as dádivas de Deus continuo a minha labuta aqui na Terra e abençoo diariamente todos que comigo convivem.
Um abraço fraterno.


 
 Professora: Franscine Roberta de Carvalho Mendes da Silva

CASOU, MUDOU, NEM ENDEREÇO DEIXOU.
Esta frase resume bem o que aconteceu quando comecei a trabalhar aqui, e já se passaram 18 anos...
Morava no Tucuruvi, zona norte de São Paulo, onde fiz toda minha formação básica, sempre em escola publica.  Tenho muito orgulho de falar isso, porque tive ótima formação, aprendi muito com professores que tinham brilho no olhar, acreditavam no que faziam e faziam muito bem! Lamento pelos que não são assim. Acho que vem dai a minha paixão...
Fiz magistério na Derville Alegretti, única escola municipal de 2º grau da época, e por isso era uma escola que recebia muita atenção como escola modelo.  O que mais aprendi nela foi querer sempre mais, a não me acomodar e tornar-me mais uma “professorinha”.
Com 17 anos entrei na USP para fazer Ciências Sociais e não Pedagogia, o que seria o mais lógico.  Foi muito bom. Pude ver a Educação por um angulo diferente, aprender outros conceitos, me relacionei com pessoas diferentes que hoje são políticos famosos, jornalistas, intelectuais conceituados que dão entrevista na televisão, etc... Me formei com 21 anos.
Com 22 anos casei, vim morar em Pinheiros e comecei a trabalhar na EMEI JÕAO NEGRÃO.  Tudo ao mesmo tempo! Um lugar estranho onde não conhecia ninguém e nem o bairro.
Comecei a construir uma vida nova, fiz grandes amigas aqui, que tenho certeza que serão para vida toda! Entre na pedagogia da USP, e neste dia chorei.
Fui professora de famílias inteiras e estou esperando o dia que vou receber os filhos dos meus primeiros alunos, mas as notícias que tenho é vários já se formaram na faculdade, estão trabalhando, construindo uma vida com responsabilidade, o que me deixa feliz e orgulhosa, porque assim como aconteceu comigo,  pude influenciar positivamente algumas crianças (que tenha sido uma já valeu a pena).
Agradeço do fundo do coração a todos educadores que passaram pela minha vida  e a Deus por colocar esta profissão com tantos desafios. Fui escolhida, muito mais que escolhi esta profissão, porque várias “coincidências” me trouxeram à esta escola... até saber que havia passado no concurso, num salão de cabelereiros por uma conversa entre 2 clientes, mas esta é outra história!

 Professora: Debora Andrade Leite
Bom... Vamos lá! Aqui estou para falar um pouco sobre minha vida.
Sou a Débora de Andrade Leite. Nasci no dia 03/06/1986 em Taboão da Serra. A segunda dos três filhos que meus pais tiveram.
Tenho ótimas recordações da minha infância e em especial dos meus anos no Jardim de Infância.
Entrei na EMEI Antonio Bento no ano de 1990. Lembro com clareza como era boa aquela época. No meu primeiro dia de aula entrei muito contente ao lado do meu irmão mais velho que só chorava. Meu pai sempre diz que nesse dia nem olhei para trás. Era um mundo diferente repleto de novos amigos, diversão e novas aprendizagens. Lembro-me das músicas, dos passeios, do cheiro de giz de cera que emanava pelos corredores da nossa querida escola. Guardo ótimas lembranças das minhas três professoras: Sonia Pastore, Maria José e Ana Bio.  Além do meu irmão, lá estudavam muitos primos. Na hora da saída a moça que ficava no portão falava no interfone: “Que venham os laticínios!” E assim iam chegando ao portão os pequenos integrantes da Família Leite após um dia cheio de atividades na escola.
A próxima escola foi a EMEF Marechal Deodoro da Fonseca. No começo a adaptação foi um pouco difícil. Mas as mudanças são assim...  Estava crescendo!  Foi lá que aprendi muitas coisas e guardo amizades até hoje.  Lá passei oito bons anos da minha vida.
Em seguida fui para E.E. Andronico de Mello. Novos desafios estavam surgindo culminando com a fase da adolescência.  Dúvidas como “Quem sou eu ? O que quero ser ? O que gosto de fazer?” eram constantes.
Ainda não sabia o que eu queria ser até que um dia teve um sorteio do manual do aluno para o vestibular da UNESP para escolha de cursos de licenciatura. Por obra do destino fui sorteada, ganhei a inscrição e me inscrevi para o curso de PEDAGOGIA em Rio Claro. Não tinha muita esperança de passar, pois não havia feito cursinho e fazer uma faculdade no interior de São Paulo era algo distante, nem pensava muito sobre isso. O vestibular foi difícil e cansativo, com a duração de três dias. Mas, passei! Foi uma grande felicidade! Entrei na Universidade com 17 anos no ano de 2004. Era uma menina que nunca tinha saído de perto dos pais e que de repente estava em uma cidade totalmente diferente, com pessoas de várias partes do Estado e com a insegurança e saudade da família. Meus pais sempre me apoiaram. Faziam de tudo para cobrir as despesas.
Trabalhei como estagiária em uma Escola particular e depois em um Projeto de Extensão na faculdade com crianças com dificuldade em aprendizagem. Também fiz os estágios obrigatórios em algumas escolas da prefeitura.
Pois é... Mas quando a saudade apertava tentava voltar assim que possível! Porém, não tenho do que reclamar. Muito pelo contrário, aprendi muito! Uma Universidade Pública com excelentes professores e com uma ótima estrutura. Foram quatro anos de intensas aprendizagens tanto no lado profissional como pessoal.
Dentre as três opções de habilitação do curso de Pedagogia, escolhi fazer a de Educação Infantil.  Formei-me no ano de 2007. Retornei para São Paulo e em Janeiro de 2009 já estava empregada como professora de uma turminha de crianças de três anos no Colégio Ponto Ômega. Lá fiquei um ano.
No ano de 2009 passei no Concurso de Professor da Prefeitura de Guarulhos e  fiquei até o meio do ano, pois fui chamada também na Prefeitura de São Paulo.
No dia 17 agosto de 2009, ingressei na Prefeitura e iniciei exercício na EMEI Jd. Novo Horizonte Azul. Gostei muito da escola e das pessoas, mas a distancia de casa até a escola me fez buscar escolas mais próximas.
Foi em 2010 que cheguei na EMEI Cel. João Negrão. Vim por acaso, para substituir uma professora que estava de licença. Fiquei encantada com o clima da escola. No final do ano pedi remoção para cá e consegui ficar coma vaga. Cheguei e não quero sair tão cedo! Adoro esse lugar que é cercado por pessoas boas, competentes, capazes e que acreditam que a educação de qualidade é a solução para um país melhor. Continuarei por aqui. Nessa escola que me identifiquei logo no primeiro dia em que cheguei. Fico feliz por estar agora fazendo parte dessa história e podendo colaborar com a educação.
Enfim, esta sou eu!
Professora Sonia Jurema da Silva
Meu nome é Sonia Jurema da Silva. Jurema foi devido à influência de uma tia umbandista que quis desta forma. Fiquei com o nome e minha tia que não vejo faz tempo; pois mudou para o Sul do País  acabou virando evangélica.
Tive pressa ao nascer. Nasci com sete meses no Hospital do Servidor Público em Dezembro de 1965. Fiquei no hospital até ganhar peso. Considero-me uma vitoriosa já que na época não tinha tantos recursos hospitalares quanto hoje.
Vivi uma infância feliz com quintal de terra, parreira de uvas de duas qualidades, mamoeiro e bananeiras. Porém,  conforme a casa foi ficando maior estes espaços foram sumindo... ficando só um belo jardim.
Brincava muito, muito mesmo na rua é claro. A turma de crianças era grande. Como tinha crianças e cachorros no bairro naquela época. Hoje as famílias são bem menores. Brincava com amigas e amigos na rua não asfaltada e voltava vermelha de terra; porém era muito bom brincar  de esconde-esconde, mamãe da rua, polícia e ladrão, beijo, abraço e aperto de mão. A rua não oferecia perigo. Porém mais tarde o bairro foi ficando perigoso e grades começaram a serem colocadas nas casas.
Meu apelido quando criança até os 7, 8 anos de idade era “Gasparzinho”. Já que era extremamente clarinha e loirinha.
Quando fui para primeira série lembro-me que dei a mão para minha melhor amiga Inês e fui feliz sem chorar. Também já sabia ler e escrever. Minha mãe lecionava para adultos na garagem de casa á noite e eu ficava junto fazendo lições. O nome da minha primeira professora era Alice.
O ginásio foi bom. O clima era agradável entre os professores e alunos. Minhas professoras eram bem vestidas acho que algumas nem precisavam trabalhar; destoavam bastante do perfil das pessoas do bairro que na época eram pessoas bem simplórias. Porém, eram minhas professoras eram pessoas maravilhosas. A única coisa que não foi bom depois de anos,  era  o ensino,  muito voltado para o livro didático bem diferente da época atual com Internet, globalização. Porém eu sempre fui uma boa aluna; principalmente nas matérias que exigiam leitura. Sempre gostei de ler.
Quando voltava para casa ficava com meu pai no comércio que tínhamos ajudando-o e obviamente,  comendo doces.
Já no colégio fiz um excelente primeiro ano. Turma maravilhosa. No segundo ano fiz escolha por biológicas e a turma foi separada devido às diferentes escolhas de curso. Queria na época ser bióloga.
Depois que terminei o colegial  resolvi voltar para fazer o magistério e abracei a especialização em EMEI. Nunca gostei de trabalhar com adultos. Na época, fiz faculdade de Letras na USP  e já trabalhava.
Minha primeira sala foi classe comunitária. Não tínhamos materiais, nem ”playground”,  um sufoco. Mas, ao sentir  a dura realidade das crianças e o quanto eu podia fazer: uma diferença na vidinha deles; isto me fazia feliz e com vontade de continuar no magistério.
Passei por mais duas escolas e fiz várias amizades antes de chegar no JOÃO NEGRÃO.Desde que vim para cá teve altos e baixos. Senti que o grupo de professores cresceu em qualidade, muita coisa melhorou e muita coisa ainda vai melhorar,  já que a Educação é dinâmica, graças a Deus.
Na Educação um ano nunca é igual ao outro! Como educadores,  somos sempre desafiados a  superação profissional e pessoal. AINDA BEM!

Professora:  Fabiana Santos Amaral Vital
Eu sou a Fabiana, até desejaria ser simplesmente Fabiana, mas existem muitas “Fabianas” dentro de mim e isso nem sempre é assim tão simples assim...
Vou começar pela Fabiana original, a primeira...
Sou filha de D. Maria e do Sr. José, simplesmente Fabiana, tenho um irmão, o Fernando e uma irmã, a Fabrícia. Nasci em uma família humilde, de gente trabalhadeira. Meu pai vigilante e minha mãe empregada doméstica.  Tive uma infância tranquila, feliz, protegida no aconchego de uma família ideal.
Vamos à Fabiana aluna... Fui uma criança muito interessada e dedicada, gostava de estudar, sentia prazer nisso. Quase toda minha vida estudei em escola pública. Minha primeira escola foi a EMEI João Negrão ( 1983-1984), onde vivi a primeira sensação de ficar longe do meu lar. Depois, fiz o Ensino Fundamental na EMEF Tarsila do Amaral ( 1985 – 1992). O Ensino Médio, cursei no Colégio São Luiz onde fui bolsista (1993- 1996). A graduação em Pedagogia, realizei na Universidade de São Paulo ( 1998-2001).
Fabiana esposa... me casei em 1995, aos 18 anos com o Elizeu, meu amor na adolescência e até hoje. Precisava ser independente, queria cuidar da minha vida e tomei essa decisão no frescor da idade.
Fabiana mãe... Após concluir minha escolaridade, desejava muito ser mãe. Foi uma longa espera e no ano de 2005, através de um milagre do amor, chamado adoção, recebi meu filho Victor, como quem recebe um presente das mãos de Deus.
Fabiana professora ou professora Fabiana... Dar motivações que em levaram a escolher a carreira do Magistério, a maior delas certamente foi a esperança de que a sociedade pode ser transformada através de uma educação de qualidade.
Comecei minha carreira no Magistério em 1996, como professora de informática. Em 2000, iniciei na Educação Infantil na creche da Universidade de São Paulo. Em 2002, ingressei na PMSP  e somente em 2004 tive a imensa satisfação de me remover para a EMEI João Negrão, a minha primeira escola.
Ser professora na escola onde estudei e meu filho também estudou é sem dúvida um ponto marcante na minha vida profissional e pessoal.
Atualmente,  sou simplesmente a Fabiana, filha de D. Maria e do Seu José, única e múltipla, professora, esposa, mãe, mulher, militante de Educação. Essa sou eu! Eu sou muitas...

Professora: Fabricia Santos Amaral
Nasci no dia 25 de junho de 1982, tenho 2 irmãos sendo eu a filha mais nova.
Iniciei minha vida escolar aos 4 anos na Emei Fernando Pessoa no antigo integral, posteriormente estudei 8 anos na Emef Tarsila do Amaral.
            Ao concluir a 8º série tive que decidir em que escola faria o Ensino médio... ingressei em 1997 na EE Keizo Ishihara que em conjunto com o projeto Cefam Butantã oferecia curso de formação para professores (Magistério)... foi assim que tudo começou...
Devo muito a meus pais e não diferentemente por minha formação! Minha mãe trabalhava como professora em Machacalis cidade do interior de Minas Gerais onde nasceu e morou por longo tempo até vir pra São Paulo. Porém sem carteira assinada e nem documento algum que pudesse comprovar alguns anos de dedicação ao Magistério (uma vez que naquela época e local esse trabalho era realizado informalmente),  falava com orgulho dessa vivência por isso achei interessante citá-la em minha autobiografia...
Acredito que possa ter influenciado  em minha decisão ser ouvinte de alguns de seus relatos. Acompanhava de perto nossa vida escolar mesmo tendo uma dura jornada de trabalho como diarista esforçava-se para estar presente.
Conclui o Magistério em 2000 quando fiquei grávida da minha primeira filha, em Setembro de 2001 ingressei no serviço público na antiga Secretaria de Assistência Social como auxiliar de desenvolvimento infantil contratada ( Cei Benedito Rocha) onde trabalhei por 1 ano.... Encerrado o contrato, iniciei como professora substituta.
            Em 2003 fiquei grávida dos meus filhos gêmeos e assumi  outro cargo, agora como professora titular. Foi um período difícil. Passei a trabalhar em uma escola no Jardim Angela –Vila Gilda.  Eram quase 4 horas apenas no trajeto ida e volta...Superada essa fase de adaptações,  consegui  através da remoção anual de professores após quase 2 anos trazer os dois cargos para região do Butantã fato pra mim merecedor de muita comemoração dada a dificuldade em trabalhar tão longe tendo 3 filhos pequenos.
Trabalhei em diversas escolas, e de cada lugar em que estive levo comigo lembranças das comunidades, a convivência com os colegas... diferentes organizações , espaços  e formas de pensar, mas um envolvimento e intenção em comum... a melhor forma de acolher os alunos, a aprendizagem e o bem estar dos mesmos dentro do espaço escolar!
Escolhi o João Negrão para trabalhar por ser uma escola próxima da minha casa, e por indicação da minha irmã (professora Fabiana) que também trabalha aqui! Gosto de trabalhar aqui, e pretendo ficar por aqui por longos anos...
           Posso dizer que presenciei muitas conquistas em prol da qualidade da educação oferecida nesses 10 anos de carreira, porém acredito que ainda há muito por conquistar!

Professora Maria Ayaco Tsenemoto

            Nasci em Jacareí. Quando tinha 2 anos, meus pais mudaram para São Paulo. Foi um tempo difícil para meus pais financeiramente.  Com o tempo, foi melhorando.
            Quando estava no primeiro ano do Ensino Médio, uma amiga chamada Cristina perguntou se eu tinha interesse em trabalhar numa escolinha particular como auxiliar e que ficava em frente onde estudava. Chamava “Centro Educacional Alternativa”. Fiquei 2 anos.
            Gostei  e fui estudar o  Magistério na Escola Estadual “ Andronico de Mello”.
            Depois fui trabalhar em uma outra escolinha chamada “ Espaço do Crescer”, ganhando um pouco melhor e fui fazer Pedagogia na Faculdade Tibiriça.
            Fiquei sabendo por uma amiga chamada Maria Lucia que a Prefeitura de São Paulo estava fazendo inscrição para professores. Lá fui eu. Naquele dia estava chovendo muito. Quase desisti, pois a inscrição era em Pirituba, mas não desisti e segui em frente. Naquele dia eu cheguei em casa às 22 horas, mas valeu a pena! Consegui trabalhar perto da minha casa! Emei Dalmo do Valle Nogueira.
            Já no meu primeiro dia deparei-me com uma sala de 40 alunos. Foi uma aprendizagem e um crescimento profissional. Depois passei por outras EMEIs, onde gostei muito e fiz grandes amizades.
            Quando estava na Emei  Clycie Mendes Carneiro, na remoção coloquei a EMEi João Negrão na minha lista de remoção por estar perto da outra escola  e da minha casa.
            Já conhecia professores que trabalharam aqui e que falarqam muito bem da escola.
            Hoje analisando e refletindo nestes anos de trabalho e que estamos aprendendo e crescendo cada vez mai.
            Fico feliz quando encontro antigos alunos e pais que me reconhecem e saber que alguns já se formaram. Isto é muito gratificante e uma realização profissional.

Professora: Celia Regina de Sá

            Meu nome é Celia e nasci numa quarta-feira de cinzas, no dia 24 de Fevereiro de 1965. Minha mãe brincava sempre, essa menina “gosta de uma festa”: É assim que me sinto vivo com alegria, sempre sorrindo e espantando a tristeza.
            Meus pais D. Gracia e Seu Benedicto de Sá, já falecidos, morávamos numa casa num bairro aqui no Butantã, conhecido por todos por “ Previdência”. Três anos depois de mim, nasceu minha irmã, Sandra. Morei nessa casa toda minha infância, onde estudei a 8ª. Série, na Escola Municipal Marechal Deodoro da Fonseca, a escola que me formou onde fiz muitos amigos que me encontro fielmente. Um por mês, às vezes nos encontramos, mas dependendo do tanto de “fofoca” que temos para contar!
            Quando tinha 15 anos ( 1980), me mudei da Zona Leste, pois meu pai comprou  outro imóvel para poder aumentar a renda e alugamos a casa.
            Nesse mesmo ano conheci uma pessoa, o Mário e começamos a namorar. Apesar da distância, continuamos o namoro e em1982, decidimos morar juntos,  pois estava grávida da minha primeira filha Viviane. Ela nasceu em 1984. Em 1987 nos casamos no religioso e no mesmo ano meu pai faleceu.
            Decidimos morar na casa da minha infância em 1990. Logo após o nascimento da nossa segunda filha Vanessa, pois o lugar onde morávamos era muito pequeno. Já morando na casa em 1995 nasceu a minha terceira filha a Victória, mas logo depois, nós nos decidimos nos separar e eu continuei na casa morando com as meninas.
            Nessa época dava aula nas escolas particulares próximas a minha casa, mas pensava num emprego que me trouxesse segurança, então fiz o concurso para a PMSP para a Ed. Infantil em 1997. Fui bem classificada e em 1998 ingressei na Escola Emei João Negrão. Como não conhecia nenhuma escola proximidade. Fui tão bem recebida e sempre senti que aqui era o meu lugar.
            Nesta escola cresci tanto como pessoa, quanto construí  tudo o que tenho devo a este emprego.
            Depois de uns anos em 2005, resolvi mudar e comparar um apartamento, num bairro próximo do Jardim Bonfiglioli onde moro atualmente.
            Trabalho com essa comunidade que agora faz parte da minha história. Por onde passo pelo bairro, sou recebida com palavras de carinho e agradecimento.
            Já fui professora de muita gente que hoje traz o irmãozinho e já estão bem mocinhos. Minhas colegas que fiz nesta escola, todas considero como minha família. Por isso, posso dizer que sou uma pessoa de sorte e pretendo terminar os anos que tenho ainda para trabalhar aqui nessa escola que até nas minhas férias venho dar uma passadinha e às quartas-feiras comer pastel da Ana na feira que fica em frente à escola. Já virou tradição.


Funcionária: Cecilia Alecrino
        Eu, Cecilia sempre fui uma pessoa simples, mas muito feliz.
Morávamos numa cidade do interior de São Paulo chamada Cajurú. Eu meus pais e cinco irmãos.
Estudei na Escola de lá até a 4ª. Série, foi quando mudamos para Ribeirão Preto.
Trabalhei com doméstica até entrar para a Prefeitura. Foi uma coisa ótima, pois tenho dois filhos e na ocasião eram pequenos que terminei de criar.
Estou na EMEI João Negrão há trinta anos! Vi muitos alunos crescerem, formarem famílias e filhos serem matriculados aqui.  Sou conhecida por todos e eles me chamam de “tia”. Por onde passo é uma satisfação.
Sempre quis ter um serviço garantido e seguro. Quando apareceu esta chance, agarrei com as duas mãos! Fui pajem e por isso me dei bem com as crianças, aprendi e continuo aprendendo.
Estou para me aposentar e que Deus me ajude a chegar lá!
Obrigada a todos. Desculpe os erros.

Funcionária Izilda Camilo de Miranda
        Eu Izilda, vou contar um pouco da minha vida.
        Quando eu era criança, sempre tive uma vida muito cheia de sonhos e desejos. Vim de uma família muito pobre e sempre enfrentamos muitas dificuldades. Éramos sete irmãos para estudar, mais naquela época, papai não podia manter todos na Escola. Então, ele optou que meus irmãos homens  estudassem, ao invés de mim porque ele achava que mulher não precisava de estudo. Só serviria para ser dona de casa. Mesmo assim, eu estudei até a terceira série do primeiro grau.
        Talvez seja por esse motivo, que escolhi trabalhar com crianças. Sinto-me muito realizada em trabalhar nesse cargo. Sei que não faço muito, mas tudo que eu faço é com muita satisfação, orgulho e com muito carinho.
        Agradeço a Deus todos os dias por isso.
        Muito obrigada!


Funcionário: Guilherme Taiyu Makiayama

Meu nome é Guilherme T. Makiyama e atualmente trabalho na EMEI Coronel João Negrão. E nasci em São Paulo no ano de 1988 e freqüentei nove escolas durante minha pré-escola, ensino Fundamental e Médio que ao todo contam como doze anos na escola, em minha família houve-se grandes oscilações financeiras que geraram está freqüente mudança. E nisso eu conheci diversos tipos e diferenças sociais durante minha convivência escolar.
Em meu início nas atividades escolares eu fui bem excluído socialmente pela minha timidez e grande dificuldade em me comunicar com os outros por ter uma base em escola japonesa sabendo-se que não reconhecia nem meu próprio nome “Guilherme” sendo sempre chamado anteriormente de “Taiyu” e me submeti até aos exames de surdes e pedagogas com dificuldade no aprendizado.
Eu tive muitas dificuldades em compreender o próximo sendo vítima das brigas e diversos problemas verbais e físicos, porém sempre me defendendo; o pensamento do aluno nunca procurar o professor para não ser tachado de medroso enfrentava-os e jamais por motivo de tomar a iniciativa, muitas vezes entrava nelas para proteger um colega, mas este meio violento foi deixado para trás ao me desenvolver-me socialmente e dialogar ao invés de usar a violência como proteção, às vezes muitos alunos devem aprender a se virar sozinho sem a ajuda do professor, porém leva-se anos para saber “como” mesmo que seja por proteção.
Hoje em dia existem amigos que convivem comigo depois de onze anos de convivência, além dos amigos que conheci no colegial e no fundamental, tendo uma freqüência semanal com a prática de futebol e outros entretenimentos. Além de estar na faculdade cursando Design no SENAC demonstrando uma mudança incrível no meu desenvolvimento, quase me tornando outra pessoa que antes era anti-social e com dificuldade em aprender.


Funcionária: Ivone Rufino dos Santos Pereira
            Meu nome é Ivone, tenho 43 anos e trabalho na Emei Coronel João Negrão há quase 8 anos.
            Sou a nona de uma prole de dez. Nasci em casa, no Jardim Umarizal em São Paulo. Meus pais mudaram para o interior quando eu tinha uns quatro anos e foi lá meu primeiro contato com a escola. Na época não sei se tinha a pré-escola porque não frequentei; entrei com 6 anos na primeira série e fiquei apenas meio ano naquela escola. Meus pais mudavam muito e isso prejudicava minha vida escolar. No dia em que minha primeira professora arrumava meus materiais, vi que estava chorando e pensei que fosse por minha causa. Hoje fico pensando que talvez não fosse por minha causa, mas por algum outro motivo. Não sei porque achei isso.
            Mudamos para um lugar distante, no meio do mato, onde a escola estava há quilômetros de distância. Então, meu pai me deixou na casa mais importante do vilarejo para eu estudar. Eu ficava lá durante a semana e ia pra casa na sexta-feira. Meu irmão, por ser menino, ia e voltava todo dia. Ei era bem tratada naquela casa, porém ao entardecer procurava um lugar onde pudesse chorar, pois queria minha família e me sentia só. Por causa da criação, não tinha coragem de dizer isso para ninguém. Também não me lembro de ninguém ter perguntado o porquê do choro.
            Depois de algum tempo meus pais mudaram para o vilarejo onde estava situada a escola. Uma escola com duas salas, onde uma professora dividia a sala em duas séries: de um lado, primeira série e do outro,  segunda. Na outra sala dividia-se para a terceira e quarta séries. Além de tudo, o fogão ficava nos fundos de uma das salas, onde a professora preparava o achocolatado ou aveia. Tinha aluno que levava marmita porque morava muito longe... Se aparecesse algum carro para entregar mercadorias na “venda” a professora mandava guardar todo o material e a aula era encerrada porque ela precisava pegar carona para a cidade! Nesta escola, concluí a 4ª. Série e como sempre, meus pais mudaram novamente para um lugar mais distante. Eu e meus irmãos ficamos então, sem estudar. Por causa dos problemas de saúde de minha mãe, voltamos para São Paulo. Mesmo morando aqui, não voltei para a Escola, portanto permanecia com apenas a 4ª. Série. Era preciso que alguém me direcionasse a fazê-lo, me incentivasse ir à escola. Ficava por aí, catando papelão e fazendo carreto nas feiras.
            Minha mãe faleceu quando eu estava com 14 anos e ficamos morando com nosso pai. Aos 19 anos me casei, tive dois filhos e só aos 30 anos fui incentivada pelo meu marido a voltar estudar. Fiz a 5ª. Série no curso de suplência na EMEF Professor Roberto Mange, porém não me animava porque o ensino era muito fraco. Decidi dar continuidade no Colégio Santa Inês, lá em Pinheiros. No primeiro dia a professora de Matemática passou uma revisão na lousa, eu não entendi nada daquilo. Então, conversei com ela que prometeu explicar individualmente a matéria.
            Já na primeira prova tirei nota dez. Cursei da 6ª. Série até a 8ª. neste colégio e concluí o Ensino Médio na Escola Estadual Keizo Ishihara. Entre os anos 99 e 2000, fui incentivada por um colega de classe a participar de concursos públicos, pela Prefeitura de São Paulo, Taboão da Serra e Cotia. Fui aprovada nos três, porém não sabia que na Prefeitura de São Paulo é que estava a minha “benção”, pois fui classificada além da quantidade de vagas do Edital.  Quando prestei esses concursos não foi com objetivo por uma profissão. Foi pela renda e pela estabilidade. Sempre esperei o carteiro trazer o telegrama e dizia para os meus filhos:  “Cadê o telegrama? Eles me olhavam com desdém... Então continuava... E não me olhem assim não! O carteiro vai trazer o telegrama!”  Até que trouxe, em Março de 2003. Ao ver que era da Prefeitura de São Paulo, achei estranho, pois esperava da Prefeitura do Taboão.
            Sou Auxiliar Técnico de Educação ( inspetora de alunos) e vejo que foi  Deus que preparou tudo, porque no dia da escolha do local de trabalho não sabia nada sobre EMEF ou EMEI. Cheguei atrasada e isto não é hábito meu. Com isso tive tempo de sentar, ouvir comentários e então optar pela EMEI João Negrão.
            Aos poucos fui aprendendo minha função e ainda continuo aprendendo. Tenho este trabalho como um ministério dado por Deus, onde posso aprender amar as crianças e espero poder cada vez mais olhá-las como Deus as vê: pequenas joias brutas que precisam ser lapidadas.
            Parabenizo esta Unidade Escolar pelos 30 anos e que possamos contribuir para uma sociedade mais equilibrada e temente a Deus.

Funcionária: Edna Maria de Barros Lima
            Nasci na cidade de São Paulo. Fiquei viúva aos 36 anos de idade com três filhos pequenos. Meu objetivo maior era cria-los com dignidade e transformá-los em pessoas honestas. Ao longo dessa jornada fui privilegiada com o apoio de minha querida mamãe Natalina, amparando-me em todos os momentos.
            Em Fevereiro de 1981 ingressava na Prefeitura sendo alocada na EMEI Coronel João Negrão. No início trabalhava na cozinha e preparava para as crianças café, o almoço, o lanche e a janta. Tudo com amor e dedicação estendendo assim o meu papel de mãe.
            Participei de várias oficinas oferecidas pela Delegacia de Ensino que engrandeceram meu conhecimento. No ano de 2005 pelo IESDE/SP, obtive o diploma de Professor de Educação Infantil das séries iniciais do Ensino Fundamental, especialmente gratificante.
            Diante desse breve relato afirmo que sou uma pessoa realizada, graças a Deus. Meus filhos estão formados e encaminhados profissionalmente, resultado do meu trabalho, esforço e dedicação.
 
Professora Elaine Fernandes Barbosa

Eu, Elaine Fernandes Barbosa, nasci em 17 de setembro de 1974, na cidade de São Paulo no antigo Hospital Cruzada Pró Infância.
Sou a quarta de seis filhos de um casal nordestino, nascidos em Timbaúba, interior de Pernambuco.
Ao casarem-se começaram sua história com uma boa estabilidade financeira, mas eram jovens e ambiciosos. Aventuraram-se em busca do “sonho dourado” de uma vida ainda melhor e vieram à cidade de São Paulo na década de 60.
Ele, meu pai, aos 26 anos veio sozinho na frente para garantir a estabilidade da família (minha mãe e meu irmão mais velho que já tinha um aninho), mas quando se deparou com a magnitude de uma cidade tão grandiosa viu-se perdido e foi em busca do apoio do único casal de amigos, mas com suas expectativas frustradas procurou uma pensão, onde lá ficou por um certo tempo, doente e passando necessidade. Mandava notícias á minha mãe dizendo que estava tudo bem e que logo mandaria buscá-la, mas a intuição feminina de minha mãe apertou-lhe o coração e num ato de amor, deixou tudo para trás e aos 19 anos desembarcara em São Paulo à procura do seu amor.
Perdeu-se do endereço que tinha, mas foi corajosa e chegou ao seu destino. Quando descobriu a situação de meu pai, foi atrás dele na tal pensão desesperada e assim começaram uma história de muita luta e dificuldade, mas com muitas conquistas. 
Ele com o ofício de marceneiro e ela costureira, diarista, vendedora do Avon, etc, foram construindo seu patrimônio, com a disposição ao trabalho do meu pai e a determinação, fé e ousadia de minha mãe, educaram e formaram os seis filhos.
Abdicaram de passeios, viagens e luxo para nos oferecer um lar confortável e educação. Durante muitos finais de semana ambos passaram construindo e pensando em cada detalhe da casa em que vivemos durante muitos anos, na cidade de Taboão da Serra, sempre economizando muito.
Cresci ouvindo o valor do metro quadrado de pedra, areia, do milheiro de blocos, tijolos, enfim. Crescemos sabendo o valor do trabalho, da fé, da determinação, da coragem e da honestidade acima de tudo!
Vivi toda a minha vida na cidade de Taboão da Serra e tenho boas lembranças da minha infância.
Fui uma criança feliz, brinquei muito no barro, enterrei muitas “pedrinhas brilhantes”.
Como era a menina caçula não tinha outras garotinhas para brincar, então fazia acordos com meus irmãos caçulas, ora brincava de “menino”, ora eles brincavam de “menina”. Era divertido.
Mas havia momentos, segundo o que conta minha mãe, que eu adorava brincar sozinha, também com pedrinhas e atrás da porta, vai entender cabeça de criança!
Adorava deitar no quintal de casa e observar o céu azul com aquelas nuvens que a cada instante pareciam ser um bicho diferente. Ah! E o cheiro da terra molhada, o barulho da chuva picotando o chão quente de verão... que delícia!!!!!!!
Quando já tinha 7 anos completos ingressei no 1º ano (antiga 1ª série) EM 1981, Na EEPG Professora Maria Catharina Comino. Lembro-me como se fosse hoje da ansiedade que senti no primeiro dia de aula. Era um misto de receio com alegria... um sentimento estranho.
Naquele dia levantei-me mais cedo que minha mãe, vesti minha melhor roupa e sapato.
Minha primeira professora chamava-se Cecília. Era meio brava, mas nutri por ela um imenso carinho.
Fiquei meio decepcionada com as atividades do 1º dia de aula. Tive que fazer um monte de bolinhas, ondinhas, serrinhas, etc.
No dia seguinte tive que fazer todas as vogais com letra cursiva e detalhe... todos os “as, es, is, os e us” deviam ser copiados de “mãozinhas dadas”. Eram as tais atividades preparatórias para alfabetização. Depois disso tudo... chegou a cartilha ‘Caminho Suave” eram muitas famílias para conhecer e aí começaram os meus problemas!
Até o meio do ano ainda não lia, nem escrevia. Chorava muito, pois não entendia aquilo tudo.
Ao retornar do recesso de julho Dona Cecília não viria mais, chorei muito e apesar da sua impaciência e braveza eu adorava aquela mulher negra de rosto tão macio que eu fazia questão de beijar.
Chegou Dona Nazaré para siubstituí-la, muito brava também, assustava com aquela vara de bambu que acompanhava nossa leitura. Como num passe de mágica descobri o segredo das palavras e comecei ler com tanta fluência que nem eu mesma acreditava, foi a “alfabetização do afeto”. Dona Nazaré sempre me olhou com tanto carinho e ternura, que aprender tornou-se prazeroso.
Em 1985, já no ensino fundamental, fui estudar na EEPG. Professora Lúcia de Castro Bueno, era uma escola recém inaugurada, novinha em folha. Fiz parte do primeiro grupo de 5ª séries da escola.
Enfim com algumas dificuldades fui superando os desafios dos anos seguintes.
Na mesma escola fiz o curso do magistério formando-me em 1994.
Em 1995, prestei concurso na prefeitura municipal de Taboão da Serra e em junho do mesmo ano assumi minha primeira sala de aula, na EMI PAC Trianon, espaço cedido pela associação dos amigos de bairro, hoje, desativado pela prefeitura.
Em 2000 ingressei na Universidade Ibirapuera, cursando Psicologia. Permaneci apenas um ano... descontente com a estrutura da Universidade transferi-me para Universidade São Marcos, onde concluí o curso, em junho de 2005.
A época de faculdade, foi vivida com intensidade de emoções, conhecimentos, amizades grandiosas, descobertas pessoais, muito estudo e ... muitas transformações pessoais.
Em 2007 comecei atender em consultório particular como psicóloga clínica e continuei atuando na educação como professora. No mesmo ano prestei concurso na prefeitura de São Paulo e em agosto de 2008 iniciei minha trajetória como professora efetiva desta rede, na EMEI Clarice Lispector, onde estive até o ano de 2010. Lá vivi experiências maravilhosas ao conhecer a coordenadora Verônica do Espírito Santo, hoje supervisora na DRE de Campo Limpo. Uma profissional apaixonada e entregue às causas da educação, e meus queridos colegas de trabalho que lá deixei com aperto no coração e muita saudade.
Nesses 15 anos de carreira já pude colher muitos frutos, superando os obstáculos e a agruras da profissão, mas certa de que estou oferecendo minha parcela de contribuição à sociedade e me realizando profissionalmente.
Em 2011 cheguei na EMEI João Negrão meio apreensiva, mas já estou mais do que adaptada ao meio e aprendendo a respeitar e gostar das pessoas que têm me acolhido com carinho e muito respeito.